Daniel Alexandrino teria usado “testas de ferro” para obter contratos da SES

 A Polícia Civil de Goiás (PCGO) conduz nesta quinta-feira (26/1) a operação Sinusal que cumpre três mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão por fraudes contratuais supostamente praticadas por empresa e Organização Social que atuam na prestação de serviços no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO).


 
Entre os presos está Daniel Alexandrino, irmão do ex-secretário da Saúde do Estado e deputado federal eleito, Ismael Alexandrino (PSD). Segundo as investigações, Daniel teria usado “testas de ferro” para que sua empresa obtivesse contratos da SES-GO na época em que Ismael era o titular da pasta.
 
Em entrevista, o delegado Francisco Lipari, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), confirmou que Daniel Alexandrino foi preso em São Luís dos Montes Belos e que buscas foram feitas na casa do ex-secretário Ismael Alexandrino.
 
Segundo o delegado, R$ 10 milhões em bens foram sequestrados. “Essa operação visa combater fraudes contratuais na área da saúde que possivelmente ocorreram no ano de 2022 envolvendo contratos para prestação de serviços médicos em três unidades hospitalares do Estado”, relata. São elas: o Hospital Estadual de Itumbiara e as policlínicas de São Luís dos Montes Belos e da cidade de Goiás. “Os investigados serão ouvidos e a documentação apreendida será analisada para podermos concluir a investigação o mais rápido possível”, completa o delegado.
 
As outras duas pessoas presas são Andréia Loco de Oliveira Silva e Fernando Borges de Oliveira, apontados pela investigação como “testas de ferro” da empresa investigada que seria de fato de propriedade de Daniel. Os contratos teriam sido celebrados entre a SES-GO e a organização social Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC), a qual teria subcontratado a empresa Amme Saúde Ltda para prestação de serviços médicos em hospitais geridas por essa OS.
 
Essa organização social é responsável por gerir cinco unidades hospitalares no Estado. Segundo a Polícia Civil, as investigações revelaram fortes indícios de que os investigados teriam promovido declarações falsas no contrato social da empresa Amme, registrando-a em nome de testas de ferro, com o intuito de dissimular vínculo familiar existente entre seu verdadeiro proprietário e o gestor da pasta da saúde à época em que celebradas as subcontratações, em meados do ano de 2022, que os impediam de contratar com o poder público estadual por serem irmãos.
 
Os valores dos contratos firmados entre a OS e a empresa superam R$ 10 milhões. Ainda segundo a investigação, devido ao parentesco, a organização não teria obedecido os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além de estar sujeita aos mecanismos de controle da administração pública.
 
Os crimes em apuração pela PCGO até o momento são de organização criminosa; falsidade ideológica; uso de documento falso; advocacia administrativa e de lavagem de dinheiro.
 

Fonte: A Redação

About dptoconteudo dptoconteudo

Check Also

Dívida da prefeitura de Goiânia com maternidades ultrapassa os R$ 43 milhões

A falta de pagamento pode restringir atendimento e comprometer qualidade dos serviços, afirmam diretores. A …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *