“Governo Caiado é um desastre para a indústria goiana”, diz presidente da Fieg

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, rebateu as declarações do governador Ronaldo Caiado, que atribuiu à gestão dele o crescimento da indústria em Goiás, Segundo dados do IBGE, a indústria goiana, alavancada pela fabricação de automóveis, foi a quarta que mais cresceu no país. “Se a indústria em Goiás dependesse do governador Ronaldo Caiado, ela estaria morta”, reagiu o dirigente da Fieg. 

Segundo ele, Caiado tirou do setor industrial goiano mais de R$ 3 bilhões por ano com a cobrança de tributos a mais, como o Fundo Protege. “Isso fez com que as indústrias deixassem de investir esse dinheiro na sua produção para bancar despesas do governo que não têm nada a ver com a área produtiva, geração de empregos, educação profissional, mas gastos muitas das vezes com finalidades políticas e eleitoreiras”, afirmou, lembrando que Goiás, por exemplo, é hoje um dos mais atrasados no Brasil em educação profissional.

Mabel ressalva que somente agora, com a entrada de Joel Braga Filho na Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), a relação entre o governo estadual e os empresários melhorou. “Se ele estivesse na SIC desde o início, o Governo Caiado não teria cometido tantos equívocos e feito tanto mal aos empresários, o que espantou indústrias de porte, que hoje estão em outros estados gerando milhares de empregos e produzindo riqueza”, assinalou.

O líder classista observou que novas indústrias não vieram para o Estado nos três anos e meio da gestão de Caiado. “É a grande pergunta que sempre faço: qual o empreendimento que se instalou em Goiás no Governo Caiado? Não é o que a propaganda diz, assinaturas festivas de protocolos de intenção sem resultado prático algum, mas o que efetivamente foi instalado? A resposta é: nenhum”, criticou. Ele acrescentou que, ao contrário, várias empresas foram embora de Goiás, como a Creme Mel, Vigor, as indústrias de derivados leite e, mais recentemente, as indústrias do ramo da soja, justamente por falta de incentivos por parte do governo.

“O programa de incentivos fiscais que Caiado criou, o ProGoiás, dá apenas condições para que o empresariado alivie um pouco a carga que o governo jogou em cima de outros programas, como o Fomentar e o Produzir, estipulando taxação de 15% no Fundo Protege mais 1,5%. “No ProGoiás, por ter o nome dele, ele abaixou um pouco essa taxação, mas nada substantivo. Isso é uma loucura. Goiás sempre teve em todos os governos um ambiente de segurança jurídica e isso não temos mais com Caiado. Por isso, os empresários acabam indo embora ou, por não terem estrutura para sair do Estado, alguns migram para o ProGoiás para amargar um prejuízo menor”, argumentou.

Para o dirigente da Fieg, por conta dos desacertos do Governo Caiado, Goiás está se desindustrializando com muita velocidade e não consegue atrair novos investimentos. “Gostaria que Caiado respondesse: qual foi o grande investimento que veio para Goiás no governo dele? As empresas estão se dirigindo, por exemplo, para Mato Grosso, que atraiu empresas de álcool processado a partir do milho, Mato Grosso do Sul, que recebeu fábricas de celulose, para Minas Gerais, que ganhou um número enorme de indústrias. Com Caiado, Goiás é um atraso total na área da industrialização.”

Ele disse que não entra no mérito das realizações de outras da gestão de Caiado, mas, na área da industrialização,  o governo é um desastre. “Se ele faz bom governo em outros setores, eu também não consigo enxergar, mas, quanto à industrialização, é um fracasso. Não existe outro estado no Brasil que desincentive mais a indústria do que Goiás. Apesar da perseguição feita pelo governo, a área automobilística cresce em Goiás devido ao arrojo dos empresários, que são corajosos, têm disposição, investem, treinam mão de obra, e acreditam nas indústrias deles, porque no Estado de Goiás eles não acreditam mais.”

Mabel disse que, como presidente da Fieg, conhece bem a realidade de Goiás e sabe avaliar o quanto o Governo Caiado tem sido negativo para o setor industrial. “Não adianta ele tentar capitalizar o crescimento da indústria goiana porque, além de não contribuir nada para isso, ele ainda atrapalha e persegue quem está produzindo”, sublinhou.

Concluindo, ele cita o exemplo da situação precária dos distritos agroindustriais. “O DAIA, em Anápolis, foi completamente abandonado. Não tem energia elétrica suficiente, não tem água, não tem uma política de aproveitamento das áreas que estão desocupadas. O mesmo acontece com o distrito de Catalão, totalmente largado, conforme denuncia o presidente Sindicato dos Metalúrgicos. Uma vergonha, assim como todos os outros no Estado, que são geridos pelo Estado, não por negligência dos administradores da Codego, mas pela incompetência e falta de compromisso do governador Ronaldo Caiado com a indústria goiana”, arremata.

Fonte: Fieg

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